domingo, 29 de abril de 2012
A construção do ser educador nos dias de hoje
Temos percebido atualmente é uma insatisfação de muitos "profissionais da educação", reclamando sobre a sua prática, dizendo que está cada vez pior de se desenvolver um bom trabalho. Pois também já não se tem, segundo estes, uma base, uma estrutura a se seguir, a cada dia surgem novos pensadores e pressupostos que vem mudar a educação; a verdade é que essa busca por melhores condições de ensino- aprendizagem são de extrema importáncia.
A formação continuada de professores, novas estratégias, dinámicas, têm de ser estudadas e aperfeiçoadas. Não podemos parar no tempo achando que sabemos tudo. Que sempre fizemos assim e deu certo, porque mudar então?
A mudança é preciso, pois as pessoas já não são as mesmas, o mundo já não é o mesmo e o mercado de trabalho está exigindo pessoas que sejam realmente capacitadas, que estejam dispostas e estudarem e a renovarem sempre.
Muito se tem falado sobre a questão do ser educador e o estar educador, achamos que o maior problema da educação no Brasil, é justamente esse, pois temos pessoas envolvidas na educação que são despreocupadas, que estão apenas para receber o salário no final do mês, e ainda reclamam.
é lógico que a educação não pode ser boa e a sociedade que se forma também não, pois estamos entregando nossas crianças a pessoas que não estão nem aí para o sucesso de seus alunos, sua aprendizagem e formação quanto cidadão.
Não vamos também fazer demagogia, pois sabemos que a situação não está fácil para ninguém, até mesmo os compromissados, os que realmente são educadores estão passando por crises existenciais, muitas vezes. Mas não podemos desistir nunca.
A construção do ser educador nos dias de hoje (página 2)
Graziela Alves
Acreditamos que o primeiro passo para a mudança e para o sucesso é a força de vontade em querer mudar a cada dia a sua prática.
Não podemos esquecer que ainda nos dias atuais somos modelos de referência para nossos alunos, se não mostramos interesse e segurança no que fazemos, como podemos inculcar isso neles? Pensamos que com todo esse avanço tecnológico, tudo é referência para o aluno, menos nós, mas é aí que nos enganamos redondamente.
O professor ainda tem que ser exemplo de profissional, de pai, de amigo, enfim, ... pois o educador não é só dentro da sala de aula, ele é tido como modelo em todos os aspectos da vida social.
O problema maior ainda é que existem pessoas que além de não serem exemplos, tem um discurso todo diverso do que é, e ainda criticam os outros, pois a palavra ainda comove, mas o exemplo arrasa. Não pensamos nós, que os alunos não prestam atenção nisso, eles nos conhecem muito bem. Eles conseguem distinguir e perceber se o que pregamos é realmente o que praticamos. Então temos de ser exemplos e cumpridores da nossa fala.
Temos de ter em mente também que o professor não é uma máquina que apenas decodifica informações e que as repassa como um robô. O ser humano se forma nas relações sociais, a subjetividade é algo muito importante na pessoa do educador.
Não somos apenas conhecimento, somos também sentimentos. Para sermos bons educadores, o requisito mínimo exigido é que tenhamos domínio do conteúdo, mas isso é relativamente fácil, o mais difícil é sabermos lidar com as emoções e lidarmos com pessoas, crianças, jovens, adultos, totalmente diferentes de nós muitas vezes. De nada adianta sabermos o conteúdo, mas não sabermos repassá-lo, não sermos exemplo, não conseguirmos demonstrar segurança e sabermos nos relacionar com os educandos. Sabemos que muitas vezes é difícil agir assim, mas é o ideal.
O conhecimento não é algo distante, que consigamos colocar em uma caixinha e transmiti-lo unicamente, ao falar expomos opiniões próprias, modo próprio de ver as coisas, de agir, de pensar, o conhecimento antes de mais nada é íntimo, ele acaba passando pela questão humana, individual, antes de ser transmitido e ensinado. é lógico que não estamos falando de tornar o conhecimento científico senso-comum, mas o que queremos mostrar é que o sujeito não consegue ser totalmente imparcial no seu discurso, pois o conhecimento está ligado ao íntimo do indivíduo.
Temos de nos conhecer antes de mais nada, temos de estar de bem conosco (auto-conhecimento), somente tendo a mente e corpo funcionando ativamente é que podemos ser bons profissionais.
O que pretendemos falar é da questão mais humana, não podemos estar em um pedestal só porque somos professores, temos que nos aproximar dos alunos, pois assim também podemos aprender e crescer com eles. Ser educador é também ser gente antes de mais nada, normal como todos os outros. O sujeito na relação com o objeto é que se constrói o conhecimento. Todo conhecimento depende de tempo e de espaço.
Temos que mostrar aos discentes que eles são capazes de mudar, de construir, de transformar, de descobrir coisas novas, não podemos apenas repassar conteúdos que para eles muitas vezes nem fazem sentido. Os professores de um modo geral, até por uma "pressão" do sistema, de ordens superiores, acabam ficando bitolados, restringindo-se a ensinarem apenas conteúdos insignificantes (muitas vezes) e esquecem de mostrar ao estudante uma visão crítica de mundo que é o que eles mais precisam.
Graziela Alves
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